quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Meu aniversário.




Em 1986, eu nasci. E todo dia desde então assim repete-se. Controlo a intensidade das palavras para que as pulsações continuem firmes. O modo de viver é tornar-me um pouco misterioso, menos efusivo. Confesso - um esforço que me rouba as forças. Contenho os sonhos inevitáveis que me escapam e nunca pensei que isso fosse uma tarefa de tão difícil execução. E percebo, muitas vezes, que eu não sou eu, cada dia, sou outro. Ou que eu sou um eu para cada pessoa que estou, já aperceberam-se disto? Engasgo-me com o excesso de sentimentos - são tão limpos e tento encontrar alguma explicação que transcenda algum sentido, mas não encontro, nestes 22 anos de existência física. Talvez porque não exista. Nesse descompasso, deixo um pouco de cada eu ficar ancorado no peito em busca terra firme - a mesma que desaparece se tratando de sentimentos inefáveis e de dias que nasço. Ainda sim, seria bom - e ideal - desvencilhar-me dos medos sem fundamentos. Parece e até soa estranho, mas finalmente estou feliz hoje.




AMA